Achados & perdidos (I)
Hoje achei no supermercado, perdido entre seus "concorrentes" Noeis, um "São Nicolau" de chocolate, com direito a chapéu de bispo e Bíblia a tiracolo. Nicolau, patrono das crianças e considerado por muitos como o "verdadeiro Papai Noel", viveu na Turquia, no século IV, e morreu num certo 6 de dezembro.
Mas, ainda no final do século XX, em todo 6 de dezembro de minha infância, ele costumava deixar algum doce dentro de meu sapato, colocado na janela (e eu lá me importava que Nicolau fosse católico? :-).
Ainda há alguns dias, eu me dei conta de que nunca tive tantos pares de calçados como tenho atualmente. Mas, de que me servem, se não coloquei nenhum deles na janela?
Pois é... talvez a gente deixe de receber muitos "doces" na vida, simplesmente por ter deixado de acreditar que vá recebê-los ou que os mereça. E a gente se fecha, fecha a janela e deixa de esperar. Mas deveria ser aí, ao sentir-se perdido, ao sentir o "sapato apertar", que seria hora de descalçá-lo, colocá-lo na janela e, na esperançosa espera dessa época natalina, encontrar algo de bom e simples com o que se alegrar. E, então, após calçar novamente seu sapato - ou descalço mesmo -, seguir adiante.
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